sábado, 27 de setembro de 2014

HORIZONTE AZUL

Ao colocar meu olhar sobre o asfalto percorrido, usava botas de léguas.

A caminhada fora longa e muito rápida.
Agora o que o horizonte me parece tão próximo, o que é preciso?
Despojar o supérfluo. Conhecer o sabor novo da garoa e da chuva criadeira caindo fria sobre meu eu.
Descalça, peregrina e andarilha, terrivelmente apaixonada pela vida, quero usufruí-la com a sabedoria que só a vivência nos traz. Deixarei as mágoas soterradas debaixo de alguma árvore frondosa à beira do caminho, para que suas raízes as empacotem para sempre. Guardarei as boas lembrança, e na hora do repouso á margem da estrada, o descanso será repleto de saudade mansa. Cheia de esperança colherei vivências novas, bem escolhidas para compor a harmônia do ramalhete, resto de minha existência. Procurarei desviar os pedregulhos que muitas vezes nos levam a escorregão com fraturas fatais. Da mesma maneira, se existir ainda algum rochedo em meio a este caminho, que eu tenha a calma suficiente para encontrar o atalho.
E se houver uma encruzilhada, haja o discernimento para a escolha certa. Haja forças para qualquer escalada, porque a vigilância cuidadosa está presente. E na descida íngreme, não me falte o cajado, ou o ombro amigo.
Assim, mais liberta e despojada, alcance no dia já determinado o horizonte azul.



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